O amor como significação: para uma sociologia da individualização esboço de uma analítica de relacionamentos afetivos na contemporaneidade

Autores

DOI:

https://doi.org/10.21669/tomo.vi41.17444

Palavras-chave:

amor, cultura, contemporaneidade, individualidade

Resumo

Apresenta-se uma proposta analítica do amor erótico a partir da sociologia, relacionando-o a modos e discursos de produção da si na atualidade. Tal proposta integra minha atual pesquisa que objetiva analisar, em sua dimensão cultural e simbólica, os processos de individualização contemporâneos. Estabelecendo conexão com trabalhos anteriores, o amor desponta como importante elemento de reconhecimento e validação de si, sendo analisado enquanto tipo específico de significação, tanto de experiências, quanto de gestos; relações e sentimentos, culminando na produção de um sentido reiterativo da individualidade dos amantes. Entende-se que há uma relação recíproca entre a cultura individualista e os ideais amorosos contemporâneos de modo a extrapolar o subjetivismo associado a esses temas, constituindo, portanto, objeto relevante de pesquisa sociológica.

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Biografia do Autor

Túlio Rossi, Universidade Federal de Uberlândia (UFU)

Professor do Instituto de Ciências Sociais da Universidade Federal de Uberlândia. Doutor em Sociologia com distinção e louvor pela Universidade de São Paulo - USP.

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Publicado

2022-07-12

Como Citar

Rossi, T. C. (2022). O amor como significação: para uma sociologia da individualização esboço de uma analítica de relacionamentos afetivos na contemporaneidade. Revista TOMO, (41), 61–86. https://doi.org/10.21669/tomo.vi41.17444

Edição

Seção

Dossiê

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