AVALIAÇÃO DOS NÍVEIS DE RUÍDO EM UMA UNIDADE NEONATAL: UM OLHAR PARA ALÉM DA ERGONOMIA

Autores

  • catharina CORREA COSTA UFS
  • Simone de Cássia Silva

Palavras-chave:

Ergonomia , Ruído ocupacional , Unidade de Terapia Intensiva Neonatal

Resumo

O uso de recursos tecnológicos equipados com alarmes sonoros vem aumentando nos ambientes hospitalares. Somados aos sons produzidos pela atuação humana, tendem a intensificar o nível de ruídos ambientais, com possíveis impactos sobre a saúde dos pacientes e da equipe. Nas Unidades de Terapia Intensiva Neonatais, essas repercussões se revestem de maior relevância, pelo potencial de danos aos neonatos expostos. OBJETIVO: Avaliar os níveis de ruídos de uma Unidade de Terapia Intensiva Neonatal de uma maternidade pública do estado de Sergipe. MÉTODO: Estudo Observacional, transversal e quantitativo. Realizada mensuração dos níveis de pressão sonora durante 5 dias, nos turnos da manhã, tarde e noite, sem o conhecimento dos funcionários. MATERIAIS: Utilizado decibelímetro da marca Instrutherm, Modelo DEC-460, ajustado para aferições de 35 a 130 dB, utilizando circuito de compensação “A” e resposta lenta. RESULTADOS: O teste de Kruskal-Wallis mostrou diferença significativa de níveis de ruído entre os boxes da unidade (X²(3)= 19,647; p= 0,0002009) e o período do dia (X²(2)= 10,529; p=0,005173), mas não para os dias da semana (X²(4)= 2,5458; p=0,6365). CONCLUSÕES: Foram detectados níveis de ruído acima dos limites recomendados pelas diretrizes internacionais. Soluções para a redução e controle do ruído e seus efeitos sobre pacientes e equipe são necessárias e urgentes..

Downloads

Não há dados estatísticos.

Referências

1 Cardoso SMS, Kozlowski L de C, De Lacerda ABM et. al. Newborn physiological responses to noise in the neonatal unit. Brazilian Journal of Otorhinolaryngology. 2015;81(6): 583–588. doi:10.1016/j.bjorl.2014.11.008

2 Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT). NBR 10152:2017 - Acústica – níveis de pressão sonora em ambientes internos a edificações. Comitê Brasileiro da Construção Civil (ABNT/CB-002). 2017. URL: http://www.abnt.org.br/noticias/5671-acustica-niveis-de-pressao-sonora-em-ambientes-internos-a-edificacoes

3 World Health Organization (WHO). Noise sources and their mensurament. 1999.
URL: http://www.who.int/docstore/peh/noise/Comnoise-2.pdf

4 Peixoto PV, De Araújo MAN, Kakehashi TY, Pinheiro EM. Nível de pressão sonora em unidade de terapia intensiva neonatal. Revista da Escola de Enfermagem da USP. 2011;45(6): 1309–1314. doi:10.1590/s0080-62342011000600005

5 Pinheiro EM, Guinsburg R, Nabuco MADA, Kakehashi TY. Ruído na unidade de terapia intensiva neonatal e no interior da incubadora. Rev. Latino-Am. Enfermagem. 2011;19(5): 1214 – 1221. https://doi.org/10.1590/S0104-11692011000500020

6 Tsunemi MH, Kakehashi TY, Pinheiro EM. O ruído da unidade de terapia intensiva neonatal após a implementação de programa educativo.Texto Contexto - Enfermagem. 2012;21(4): 775–782. doi:10.1590/s0104-07072012000400007

7 Almadhoob A, Ohlsson A. Sound reduction management in the neonatal intensive care
unit for preterm or very low birth weight infants. The Cochrane database of systematic reviews. 2020;1: CD010333. doi:10.1002/14651858

8 Hutchinson G, Du L, Ahmad K. Incubator-based sound attenuation: Active noise control in A simulated clinical environment. PLOS ONE. 2020;15(7): e0235287. doi:10.1371/journal.pone.0235287

9 Kaur H, Rohlik G, Nemergut M, Tripathi S. Comparison of staff and family perceptions of causes of noise pollution in the pediatric intensive care unit and suggested intervention strategies. Noise and Health. 2016;18(81): 78. doi:10.4103/1463-1741.178480

10 Rodarte MDO, Scochi CGS, Dos Santos CB. O ruído das incubadoras de um hospital de ribeirão preto – são Paulo. Pró-Fono. 2003;15(3): 297-306.

11 Rodarte MDO, Fujinaga CI, Leite AM, Salla CM, Silva CGD, Scochi CGS. Exposure and reactivity of the preterm infant to noise in the incubator. CoDAS. 2019;31(5): e20170233.
doi:10.1590/2317-1782/20192017233

12 Zahr LK. Two contrasting NICU environments. MCN, The American Journal of Maternal/Child Nursing.1998;23(1): 28–36. doi:10.1097/00005721-199801000-00007

13 Morris BH, Philbin MK, Bose C. Physiological effects of sound on the newborn. Journal of Perinatology.2000;20(S1): S55–S60. doi:10.1038/sj.jp.7200451

14 Hernández-Salazar AD, Gallegos-Martínez J, Reyes-Hernández J. Level and Noise Sources in the Neonatal Intensive Care Unit of a Reference Hospital. Invest. Educ. Enferm. 2020; 38(3):e13. doi: https://doi.org/10.17533/udea.iee.v38n3e13

15 American Academy of Pediatrics, Committee on Environmental Health. Noise: a hazard for the fetus and newborn. Pediatrics.1997;100(4): 724-727. doi: https://doi.org/10.1542/peds.100.4.724

16 Zacarías FF, Jiménez JLB, Velázquez-Gaztelu PJB, Molina RH, López SL. Noise level in neonatal incubators: A comparative study of three models. International Journal of Pediatric Otorhinolaryngology.2018;107: 150–154. doi:10.1016/j.ijporl.2018.02.013.

17 De Barbieri I, De Anna E, Strini V. Acoustic pollution in neonatal and paediatric intensive care units: a literature review. Prof Inferm. 2018; 71:139–150. doi:10.7429/pi.2018.713139.

18 Long JG, Lucey JF, Plilip AGS. Noise and hypoxemia in the intensive care nursery.
Pediatrics.1980;65(1): 143–5.

19 Badr LK, Balian S. Responses of premature infants to routine nursing interventions
and noise in the NICU. Nursing research. 1995; 44(3): 179–85.doi: 10.1097/00006199-199505000-00009

20 Bremmer P, Byers JF, Kiehl E. Noise and the premature infant: Physiological effects and practice implications. Journal of Obstetric, Gynecologic Neonatal Nursing. 2003; 32(4): 447–454. doi:10.1177/0884217503255009

[21 Nogueira MDFH, Di Piero KC, Ramos EG, De Souza MN, Dutra MVP. Noise measurement in nicus and incubators with newborns: a systematic literature review. Revista Latino-Americana de Enfermagem. 2011;19(1): 212–221. doi:10.1590/ s0104-11692011000100028

22 Kakehashi TY, Pinheiro EM, Pizarro G, Guilherme A. Nível de ruído em unidade de terapia intensiva neonatal. Acta Paulista de Enfermagem. 2007;20(4): 404–409. doi:10.1590/ s0103-21002007000400003

23 Ministério do Trabalho e Emprego. BRASIL. Norma Regulamentadora NR 15 - anexo 1, portaria 3.214/78. 1978. URL https://www.gov.br/trabalho/pt-br/inspecao/
seguranca-e-saude-no-trabalho/ctpp-nrs/norma-regulamentadora-no-15-nr-15

24 Dos Reis Junior DR, Pilatti LA, Pedroso B, Qualidade de vida no trabalho: construção e validação do questionário QWLQ-78. Revista Brasileira de Qualidade de Vida. 2012;3(2): 1-12. doi:10.3895/s2175-08582011000200001

25 Sampaio Neto RDA, Mesquita FODS, Paiva Junior MDS, Ramos FF, De Andrade FMD, Correia Junior MADV. Ruídos na unidade de terapia intensiva: quantificação e percepção dos profissionais de saúde. Revista Brasileira de Terapia Intensiva. 2010;22(4): 369–374.
doi:10.1590/s0103-507x2010000400010.

26 Zamberlan-Amorim NE, Fujinaga CI, Hass VJ, Fonseca LM, Fortuna CM, Scochi CG. Impact of a participatory program to reduce noise in a neonatal unit. Rev Lat Am Enfermagem. 2012 Jan-Feb;20(1):109-16. doi: 10.1590/s0104-11692012000100015

27 Pereira RP, Toledo RN, Do Amaral JLG, Guilherme A. Qualificação e quantificação da exposição sonora ambiental em uma unidade de terapia intensiva geral. Revista Brasileira de Otorrinolaringologia. 2003;69(6): 766–771. doi:10.1590/s0034-72992003000600007

28 Andrade KP, Oliveira LLA, Souza RP, Matos IM Medida do nível de ruído hospitalar e seus efeitos em funcionários a partir do relato de queixas. Revista CEFAC.2016;18(6): 1379–1388. doi:10.1590/1982-0216201618619815

29 WANG D, AUBERTIN C, BARROWMAN N, MOREAU K, DUNN S, HARROLD J. Examining the effects of a targeted noise reduction program in a neonatal intensive care unit. Arch Dis Child Fetal Neonatal Ed. 2014;99(3): F203-8. doi: 10.1136/archdischild-2013-304928

Downloads

Publicado

2022-04-17

Como Citar

CORREA COSTA, catharina, & Simone de Cássia Silva. (2022). AVALIAÇÃO DOS NÍVEIS DE RUÍDO EM UMA UNIDADE NEONATAL: UM OLHAR PARA ALÉM DA ERGONOMIA. Revista Interdisciplinar De Pesquisa E Inovação, 12(1), 78–93. Recuperado de https://ufs.emnuvens.com.br/revipi/article/view/16750