O devir em Julio Cortázar: ressurgências da animalidade na literatura contemporânea

Autores/as

Palabras clave:

Homem, Animal, Devir, Julio Cortázar

Resumen

O presente estudo evidencia o modo como o “devir” (DELEUZE; GUATTARI,1997, p. 8) se configura no interior do conto “Carta a uma senhorita em Paris” (1986), de Julio Cortázar. Com fundamentação no pensamento de Gilles Deleuze e Félix Guattari, verificam-se por quais procedimentos as culturas ocidentais dão forma ao humano, questão abordada também por Gabriel Giorgi (2016). Feito esse reconhecimento, procura-se imaginar, como exercício não apenas filosófico, mas também poético, figurações do humano, do sujeito e do indivíduo não apropriadas pelas tecnologias de poder, examinadas por Michel Foucault (2005). Sob essa formatação, constata-se, no texto de Cortázar, a materialização do corpo como instância de multiplicidade, resultado do gesto afetivo entre humano e não humano. Em suma, atesta-se uma operação ficcional que rompe com as gramáticas corporais, além de potencializar as produções de subjetividade.

Biografía del autor/a

Hiandro Bastos da Silva, Universidade Federal do Oeste do Pará

Mestrando (UFOPA).

Lauro Roberto do Carmo Figueira, Universidade Federal do Oeste do Pará

Professor Associado (UFOPA).

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Publicado

2023-08-22

Cómo citar

SILVA, Hiandro Bastos da; FIGUEIRA, Lauro Roberto do Carmo. O devir em Julio Cortázar: ressurgências da animalidade na literatura contemporânea. A Palo Seco – Escritos de Filosofia e Literatura, São Cristóvão-SE: GeFeLit, n. 16, p. 56–69, 2023. Disponível em: https://ufs.emnuvens.com.br/apaloseco/article/view/n16p56. Acesso em: 18 dic. 2024.

Número

Sección

Artigos