O ENGAJAMENTO DE LIDERANÇAS NA MOBILIZAÇÃO POLÍTICA DO “UNIVERSO TRANS” EM ARACAJU
DOI:
https://doi.org/10.21669/tomo.v0i19.810Resumo
A partir da segunda metade da década de 1990, em Sergipe, constitui-se uma mobilização política do segmento “trans” que, desde então, forjou diversas “lutas” e criou algumas associações. Este artigo tem como principal objetivo, averiguar o engajamento de quatro lideran- ças da mobilização política do “universo trans” na cidade de Aracaju, avaliando a constituição de seus “gostos” pela militância através da articulação de quatro níveis analíticos: as propriedades sociais dos agentes, as redes sociais (formais e informais), as lógicas de engaja- mento e retribuição e os processos de identificação. Como principal expediente para a consecução da pesquisa, utilizou-se a análise das trajetórias dos agentes. Observou-se que parte das estruturas de significação dos agentes foi constituída a partir da participação em associações religiosas, movimentos estudantis e partidos políticos (redes formais) ou em suas socializações primárias e redes de ami- zades com outras lideranças (redes informais). Ao mesmo tempo, a participação nas associações gerou sentimentos importantes para a conexão dos agentes com as lutas. Além disso, a projeção social a par- tir do engajamento parece ser uma importante recompensa, assim como a mudança de percepção familiar ao contemplá-las como mili- tantes. Entretanto, apenas modalidades de militância que articulam significativo capital militante e/ou escolar com inserção em determi- nadas redes sociais (partidos políticos), permitem reconversões para cargos públicos ou militância em nível nacional.
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