A montanha mágica – apontamentos sobre o pensamento nietzschiano no romance de Thomas Mann
Palavras-chave:
A montanha mágica, Thomas Mann, Nietzsche, FreudResumo
O artigo apresenta uma análise interpretativa do romance A montanha mágica, de Thomas Mann, observando as perspectivas apresentadas por diversos estudiosos, seja como um romance de formação (Bildungsroman) ou sobre o tempo (Zeitroman). Nossa leitura irá explorar noções estratégicas no romance e estabelecer pontes entre elas e o pensamento do filósofo Friedrich Nietzsche de modo a imaginar o escrito de Mann como expressão de uma Weltanschauung – outra tradição cultural alemã. Utilizamos, como ponto de partida, o ensaio de Thomas Mann, de 1929, escrito a propósito de avaliar a contribuição de Freud para o “espírito moderno”. No ensaio, o autor conjectura aproximações entre A montanha mágica e algumas proposições freudianas, e tem por objetivo fazer frente aos ideais fascistas. Todavia, o seu pano de fundo é constituído pela filosofia nietzschiana, que, segundo o eminente romancista, fora elaborada na superação e, ao mesmo tempo, nas confluências das tradições, iluminista e romântica, próprias da cultura intelectual, filosófica e artística alemã.
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