Riobaldo, homo viator
Mots-clés :
João Guimarães Rosa. Grande Sertão: Veredas. Homo viator. Tradição platônica.Résumé
Le mythe du retour d'Ulysse à Ithaque, en plus d'être le thème central de l'épopée homérique, avait déjà inspiré la tradition platonicienne comme allégorie du retour de l'âme à son origine. Profitant du récit des aventures et mésaventures du héros dans l'entreprise, l'école platonicienne a utilisé l'image du retour pour identifier le voyage de l'âme vers le beau, le bien et le vrai, ou avec Dieu. Riobaldo, encore incertain quant à son but dans le jagunçagem, entend l'appel de Diadorim, depuis la rencontre avec le Garçon (« Il faut avoir du courage… », ROSA, 1994, p. 145), et rejoint le gang Ramiro de Joca. Riobaldo, au cours de son itinéraire à travers l'arrière-pays et dans l'exercice du courage comme vertu purgative, tient parole et venge la trahison de l'assassinat du leader. Riobaldo : son errance à travers les arrière-pays permet de déduire des précurseurs tels que Dante, Enée et Ulysse. Riobaldo, un homo viator – à contre-courant.
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