A construção narrativa em abismo, em O lobo da estepe

Autores/as

  • Geyvson Cardoso Varjão Universidade Federal de Sergipe – UFS
  • Fernando de Mendonça Universidade Federal de Sergipe – UFS

Palabras clave:

Literatura e Filosofia, Hermann Hesse, Mise en Abyme, Especularidade

Resumen

Em O Lobo da Estepe (1927), o ato de narrar traduz ao mesmo tempo uma metamorfose particular de escrita e um ato reflexivo de consciência. Todo o romance de Hermann Hesse é marcado pelo redobramento do sujeito e da própria narrativa escritural, prefigurando uma estrutura mise en abyme. Por meio de leituras que nos revelem esse tipo de engrenagem narrativa (GIDE, 1951; DÄLLENBACH, 1979; ECO, 1989), propomos uma reflexão sobre a construção em abismo do romance O Lobo da Estepe, compreendendo a complexidade e a vertigem formal como um caminho para a tomada de consciência e o olhar filosófico sobre a existência (SARTRE, 2005).

Citas

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TODOROV, Tzvetan. As estruturas narrativas. Trad. Leya Perrone-Moisés. São Paulo: Perspectiva, 2006.

Publicado

2021-01-07

Cómo citar

VARJÃO, Geyvson Cardoso; MENDONÇA, Fernando de. A construção narrativa em abismo, em O lobo da estepe . A Palo Seco – Escritos de Filosofia e Literatura, São Cristóvão-SE: GeFeLit, n. 13, p. 119–129, 2021. Disponível em: https://ufs.emnuvens.com.br/apaloseco/article/view/15059. Acesso em: 18 dic. 2024.

Número

Sección

Artigos