A “atitude” filosófica de Walden, de Thoreau
Palabras clave:
Exercícios Espirituais, Filosofia Antiga, Literatura, SabedoriaResumen
O presente artigo investiga a possibilidade de ler a obra Walden, de Henry D. Thoreau (1817 - 1862), segundo o quadro conceitual desenvolvido por Pierre Hadot (1922 - 2010), em O que é a filosofia antiga? Debruçando-se sobre os textos filosóficos da Antiguidade, Hadot revela que a filosofia se define mais como um modo de vida do que como um discurso filosófico. O propósito desta atividade é “tornar-se melhor” mediante a prática do que ele chama de exercícios espirituais. Não obstante, a filosofia acaba por se distanciar deste caráter marcadamente prático em função de um complexo processo histórico que se reduz a uma atividade exclusivamente discursiva. Hadot localiza ao longo da história figuras que reverberam a tradição antiga de filosofia, como Thoreau, por exemplo. Partindo de Hadot, concluiremos que em Thoreau a literatura se faz filosofia: Walden é ao mesmo tempo um discurso filosófico e um exercício espiritual de seu autor, estando estreitamente vinculado à sua vida filosófica, além de ser recurso “psicagógico” de direção espiritual dos outros.
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