Os verbos no imperativo na comunidade quilombola de Montevidinha, oeste da Bahia

Autores/as

DOI:

https://doi.org/10.51951/ti.v14i31.p119-137

Palabras clave:

Imperativo. Sociolinguística. Montevidinha. Modo indicativo.

Resumen

Este artigo tem por objetivo descrever a realização do modo imperativo, expresso nas variantes da forma associada ao Indicativo (pega, faz, vem) e forma associada ao subjuntivo (pegue, faça, venha) na comunidade rural de Montevidinha-Bahia, localizada no Oeste baiano. O corpus de pesquisa foi extraído do projeto “Os Falares Baianos do Além São Francisco” (UFBA). O estudo parte da concepção linguística e da fundamentação teórica da Sociolinguística Variacionista (LABOV, 2008 [1972]). Os dados levantados apresentaram um comportamento particular, com emprego categórico das formas Indicativas. Tal resultado pode sugerir a aproximação com o padrão já apontado para regiões rurais da Bahia (SANTOS, 2022) ou estar relacionado ao efeito do contato dialetal, uma vez que a comunidade, devido à sua localização, apresenta uma estrita Influência do estado fronteiriço, Goiás. Considerações mais substanciais, no entanto, prescindem de ampliação do estudo com a coleta de uma amostra mais produtiva do fenômeno.

Descargas

Los datos de descargas todavía no están disponibles.

Biografía del autor/a

Lanuza Lima Santos, Instituto Federal da Bahia - IFBA

Doutora em Língua e Cultura pela Universidade Federal da Bahia. Mestre em letras e linguística pela Universidade Federal da Bahia (2008), com bolsa Capes. Graduação  (bacharelado e licenciatura) em Letras Vernáculas (2007). Professora do Instituto Federal de Educação Ciência e Tecnologia da Bahia.

Caroline Santos Muniz, Universidade Estadual de Feira de Santana - UEFS

Atualmente mestranda no curso de estudos linguísticos pela Universidade Estadual de Feira de Santana, graduada no curso de licenciatura Letras/Libras/Língua estrangeira pela Universidade Federal do Recôncavo da Bahia. Participo como voluntária no grupo de pesquisa Variação e Ensino de gramática na Bahia, Membro atuante no grupo de pesquisa Atlas Linguístico do Brasil. 

Isis Juliana Figueiredo de Barros, Universidade Federal do Recôncavo da Bahia - UFRB

Atualmente, é docente e pesquisadora na Universidade Federal do Recôncavo da Bahia (UFRB). É doutora em Língua e Cultura na Universidade Federal da Bahia - UFBA (2018). Possui Mestrado em Língua e Cultura pela mesma instituição (2013) e licenciatura em Letras: Português/Inglês pela UNIME (2008). 

Citas

ALVES, Jeferson da Silva. O imperativo singular em histórias em quadrinhos baianas. Periódico de divulgação científica da FALS, n. 9, p. 1-19, 2010.

BELLO, Joelia de Moura Fogaça; ORTEGA, Luciene Soares Fróis; OLIVEIRA, Tereza Rejane Camêlo de. A comunidade Montevidinha no contexto de reconhecimento como quilombola no Oeste Baiano (1870- 2010).2010.150 f.Monografia. PUC-Rio, Rio de Janeiro, 2010.

CARDOSO, Daisy Barbara Borges. Variação e mudança no imperativo no português brasileiro:gênero e identidade. 2009. 153 f. Tese (Doutorado em Linguística) – Universidade Federal de Brasília, Brasília, 2009.

CARDOSO, Daisy Barbara Borges. Variação no uso do modo imperativo: análise de dados em textos de José J. Veiga. In: XX JORNADA – GELNE. Anais... JOÃO PESSOA-PB, p. 585-594, 2006.

CARVALHO, Luiz Fernando de. O estatuto variável do imperativo de 2° pessoa do singular em missivas mineiras: um estudo Sociolinguístico de cunho histórico. (Século XIX e XX). 2020. 202 f. Dissertação (Mestrado em Estudos Linguísticos) Programa de Pós-Graduação em Estudos Linguísticos, Faculdade de Letras, Universidade Federal de Minas Gerais, Belo Horizonte, 2020.

CUNHA, Cintra; CINTRA, Lindley. Nova gramática do português contemporâneo. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1985.

FARACO, Carlos Alberto. Linguagem e diálogo: as ideias linguísticas do Círculo de Bakhtin. São Paulo: Ática, 1985.

FAVARO, Gisela Sequini. Um estudo morfológico das formas verbais do modo imperativo nas cantigas de Santa Maria. 2016. 200 f. Tese (Doutorado em linguística e língua portuguesa). Universidade Estadual Paulista, Faculdade de Ciências e Letras, Araraquara, 2016.

FAVARO, Gisela Sequini. Estudo histórico do modo imperativo nas Cantigas de Santa Maria. Entre palavras, Fortaleza, a. 3, v.3, n. esp., p. 71-88, ago/dez. 2013. Disponível em: https://www.entrepalavras.ufc.br/revista/index.php/Revista/article/download/169/196. Acesso em: 20 jan. 2023.

FERREIRA JÚNIOR, Moacir Natercio. Aspectos sintáticos do imperativo no português brasileiro. IN: VII CONGRESSO INTERNACIONAL DO ABRALIN. Anais... Curitiba, 2011, p. 309-319.

FIGUEIREDO, Joana Gomes dos Santos. Produção e percepção da expressão do modo imperativo nas cidades de Feira de Santana-BA e Campinas-SP. 2023. 160f. Tese (Doutorado em Linguística) – Universidade Estadual de Campinas, Campinas, 2023.

GALVES, Charlotte. Os clíticos no português brasileiro: elementos para uma abordagem sintático-fonológica. In: CASTILHO, A.; BASÍLIO, M. (org.). Gramática do Português Falado IV. Campinas: Editora da UNICAMP, 1996. p. 273-319.

JESUS, Éter Teixeira de.O Nordeste na mídia e os estereótipos linguísticos: estudo do imperativo na novela Senhora do Destino. 2006. 144 f. Dissertação (Mestrado em Linguística) – Instituto de Letras, Universidade de Brasília, Brasília, 2006.

LABOV, William. Padrões Sociolinguísticos. Tradução de Marcos Bagno, Marta Scherre e Caroline Cardoso. São Paulo: Parábola, 2008 [1972].

LAMBERTI, Luana; SCHWENTER, Scott., A. Testando o Papel da Referência Temporal na Forma do Imperativo em Português Brasileiro.Revista Linguística, Rio de Janeiro, v. 14, n. 2, mai./ago. 2018, p. 231-258.

LUCCHESI, Dante. Introdução. In: Lucchesi, Dante; Baxter, Alan N.; Ribeiro, Ilza (Org.). Português Afro-Brasileiro. EDUFBA, 2009, p. 27-40.

MATEUS, Maria Helena. Mira. et al. Gramática da língua portuguesa. 5ª edição revista e aumentada. Lisboa: Caminho, 2003.

MEIRA, Vívian. O emprego do modo subjuntivo. In: LUCCHESI, D.; BAXTER, A.; RIBEIRO, I. (Orgs.). O português afro-brasileiro. Salvador: EDUFBA, 2009, p. 389-406.

OLIVEIRA Josane Moreira de. O imperativo gramatical nas capitais do Nordeste: análise sociolinguística de dados do ALiB. In: LOPES, N. S.; OLIVEIRA, J. M.; PARCERO, L. M.J. (org.). Estudos sobre o português do Nordeste: língua, lugar e sociedade. São Paulo: Blucher, 2017. p. 27-44. DOI https://doi.org/10.5151/9788580392395-02.

OLIVEIRA, Jaqueline S. A variação entre os pronomes “tu” e “você” na comunidade quilombola de Montevidinha, Oeste da Bahia. 2023. 31 f. Trabalho de conclusão de curso. Curso de Letras, Universidade Federal do Recôncavo da Bahia. 2023, Amargosa-BA.

PAREDES SILVA, Vera Lúcia; SANTOS, Gilda Moreira; RIBEIRO, Tatiana de Oliveira. Variação na 2° pessoa: o pronome sujeito e a forma do imperativo. Gragoatá, Niterói, n. 9, 2. sem. 2000, p. 115-123.

REIS, Isabella Vilela. O modo imperativo no português brasileiro (PB) em regiões de antigos aldeamentos Indígenas do território goiano. 2022. 108 f. Dissertação (Mestrado em Letras e Linguística). Universidade Federal de Goiás, Goiânia, 2022.

SAMPAIO, Dilcélia Almeida. Modo imperativo: sua manifestação/expressão no português contemporâneo. 2001. 214 f. Dissertação (Mestrado em Letras) – Universidade Federal da Bahia, Salvador, 2001.

SANTOS, Lanuza Lima. “Ôh baiana, faça de dois!”: o imperativo na Bahia, da capital ao Interior. In: BARROS, Isis Juliana Figueiredo de.(org.) et al. Português baiano: de Norte a Sul, de Leste a Oeste. Salvador: EDUFBA, 2022. cap.1, p.31-50

SANTOS, Lanuza Lima. Fala (você/tu) ~ Fale (você/tu): a expressão variável do modo imperativo no português popular da Bahia. 2016. 319 f. Tese (Doutorado em Língua e Cultura) – Universidade Federal da Bahia, Salvador, 2016.

SCHERRE, Maria Marta Pereira. Norma e uso – o imperativo gramatical no português brasileiro. In: DIETRICH, W.; NOLL, V. (org.). O português do Brasil – perspectivas da pesquisa atual. Madrid/Frankfurt am Main: Iberoamericana/Vervuert, 2004. p. 231-260.

SCHERRE, Maria Marta Pereira. Aspectos sincrônicos e diacrônicos do imperativo gramatical no português brasileiro. Revista Alfa, São Paulo, v. 51, n. 1, p. 189-222, 2007.

SCHERRE, Maria Marta Pereira; CARDOSO, Daisy Bárbara Borges; LUNGUINHO, Marcus Vinicius da Silva Lunguinho; SALES, Heloísa Maria Moreira Lima. Reflexões sobre o imperativo em Português. DELTA, São Paulo, v. 23, 2007. Disponível em: http://www.scielo.br/pdf/delta/v23nspe/v23nspea10.pdf. Acesso em: 20 jan. 2023.

SCHERRE, Maria Marta Pereira. Padrões sociolinguísticos do português brasileiro: a importância da pesquisa variacionista. Tabuleiro de Letras, n. 4, Salvador, p. 1-32, 2012.

SOUZA, Emerson Santos de. O uso variável do imperativo de migrantes baianos em São Paulo. Domínios de Lingu@gem, Uberlândia, v. 13, n. 4., p. 1433-1464, out./dez. 2019.

SOUZA, Marcelo da Silva; BARROS, Isis Juliana Figueiredo de; OLIVEIRA, Josane Moreira. A expressão do dativo no português rural da comunidade quilombola de Montevidinha, Oeste da Bahia. In: FIGUEIREDO, C. GAYER, J. L. SOUZA, L. T. PINTO, C. F. (Org.). Língua em movimento: estudos linguísticos contemporâneos. Vol. 1. Salvador: EDUFBA, 2020. p. 227-250.

TARALLO, Fernando. A pesquisa sociolinguística. São Paulo: Ática, 1985.

WEINREICH, Uriel; LABOV, William; HERZOG, Marvin. Fundamentos empíricos para uma teoria da mudança linguística. Tradução de Marcos Bagno. São Paulo: Parábola, 2006 [1968].

Publicado

2024-09-06

Cómo citar

SANTOS, Lanuza Lima; MUNIZ, Caroline Santos; BARROS, Isis Juliana Figueiredo de. Os verbos no imperativo na comunidade quilombola de Montevidinha, oeste da Bahia. Travessias Interativas, São Cristóvão-SE, v. 14, n. 31, p. 119–137, 2024. DOI: 10.51951/ti.v14i31.p119-137. Disponível em: https://ufs.emnuvens.com.br/Travessias/article/view/n31p119. Acesso em: 23 dic. 2024.

Número

Sección

Variação e Mudança no Português Brasileiro: Produção, Percepção e Atitudes Linguísticas