FAHRENHEIT 451, DE RAY BRADBURY E A ESCRITA DE UMA LITERATURA DISTÓPICA
UMA INTERCESSÃO COM GILLES DELEUZE E FÉLIX GUATTARI
DOI:
https://doi.org/10.32748/revec.v2i17.17196Resumo
O artigo pretende implicar a relação entre Estado, controle e práticas de subjetivação. Utilizaremos como referência de análise o texto Fahrenheit 451, escrito por Ray Bradbury em 1953. Na oportunidade, a crítica desenvolvida por Deleuze e Guattari nos servirão de instrumento conceitual para o desenvolvimento do problema. A obra de Bradbury retrata uma sociedade marcada pela produção de indivíduos subjetivados pelo controle e vigilância constante. Sob uma espécie de distopia, os ‘bombeiros’ dessa sociedade eram encarregados de executarem determinadas tarefas. Além de queimarem os livros, exerciam o papel de vigilância, controle, perseguição e punição às pessoas que os possuiam. A sociedade era sobrecodificada em função do controle: máquinas de produção de verdade, sentido e captura do imaginário individual e coletivo. Segundo Deleuze e Guattari, uma das maneiras de escapar dessa ordem social é experimentar um ‘devir revolucionário’. No romance, ‘um bombeiro’ começa a problematizar o seu papel social, não se reconhecendo no Estado e na sua violência. Esse personagem, além de uma disjunção das faculdades concordantes do pensamento, subverte um conjunto de posições sociais. O bombeiro experimenta um outro modo de existência como a vivida pela comunidade formada por leitores exilados. Cada habitante desse ‘outro lugar’ se torna escritor, escritora e personagem dos livros proibidos. Tornam-se a ‘expressão’ de um agenciamento concreto de vida. O Bombeiro agora é um agenciamento coletivo de
enunciação. O Bombeiro é um livro-memória.
Palavras-chave: Sociedade, controle, subjetivação, devir-revolucionário, literatura.
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