MORTE E VIDA PEREGRINA
AS REPRESENTAÇÕES DO PARAÍSO TERRENO E DO PURGATÓRIO NA BAIXA IDADE MÉDIA
DOI:
https://doi.org/10.32748/revec.v7i18.15987Resumo
Muitas narrativas bíblicas, clericais e poéticas da Idade Média falam das coisas espirituais por meio de sua semelhança analógica com as coisas terrenas e corporais, analogias que se revelam como um grande esforço medieval de fixar, na alma, a crença na salvação e sua complexa rede de virtudes espirituais e vícios terrenos, interagindo, assim, com seus espaços imaginários de recompensas e punições. Para melhor compreender a representação dos diversos espaços imaginários que faziam e fazem parte da cosmologia cristã, observaremos, neste artigo, alguma das sutilezas histórico-culturais que fundamentaram os inúmeros percursos espirituais representados especificamente durante o Baixo Medievo, percursos que vão da busca pelo paraíso terreno no grande mar ainda desconhecido à busca pelo purgatório em diferentes planos espirituais. Para tanto, analisaremos, primeiramente, a representação da busca do paraíso terreno na marítima peregrinação da Navigatio Sancti Brendani Abbatis, de São Brandão (séc. VI) que passaram a ser redigidas a partir do século X, e, por conseguinte, analisaremos brevemente a Divina Comédia, de Dante, obra representativa do purgatório como terceiro espaço, um dos destinos sobrenaturais da alma, constituído não só por elementos infernais e edênicos, mas, sobretudo, por hábitos e necessidades humanas.
Palavras-chave: Imaginário medieval. Representação narrativa. Espaços intermediários.
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