PRESENÇAS DE MARCAS DE INABILIDADE NA ESCRITA ALFABÉTICA DO ESCRIVÃO JACOBINENSE: UM ESTUDO SÓCIOHISTÓRICO DIACRONICO
DOI:
https://doi.org/10.32748/revec.v4i2.11199Resumo
O objeto estudado constitui-se nas marcas de inabilidade do português brasileiro deixadas pelas mãos inábeis do escrivão jacobinense, a partir de uma carta oficial de 1800. Para tanto, seguimos na literatura de Oliveira (2006), Marquilhas (1996) e Santiago (2012). No percurso metodológico, o corpus se constituiu nos dados da dimensão externa da escrita, sendo analisado a partir da identificação das possibilidades
de representação de circulação do texto em que o redator inábil não se
encaixa desta ou daquela época, ou daquele lugar, mas, sobretudo, nas suas características, atemporais. O perfil biográfico do redator da carta destaca uma situação de escolarização, mas não opõe as mãos reveladoras da vertente da língua portuguesa, sinalizando elementos que evidenciam tais mãos inábeis. Apresenta-se a descrição de algumas marcas de inabilidade na escrita: elementos supragráficos e paleográficos, segmentação gráfica, repetição, aspectos de aquisição da escrita, incluindo grafias para silabas altas e médias, representação deslumbrada da escrita (MARQUILHAS, 1996), representação da nasalidade e representação de dígrafos, além de fenômenos fonológicos. Esse modo peculiar de escrita fornece pistas para reconhecer
a amostra como representativa da vertente popular do português arcaico
brasileiro.
Palavras-chave: Mãos inábeis. Português brasileiro. Correspondência oficial
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