Chamada para Publicação XV

2019-12-04

Dossiê "O Terror entre a Retórica e a Literatura"

Prazo final para submissão: 30/04/2020

A Revista de Estudos da Cultura, da Universidade Federal de Sergipe, convida professores e pesquisadores interessados para colaborarem com o dossiê “O terror entre a retórica e a literatura”. O locus horrendus, tópica longeva que pode ser identificada em diferentes gêneros discursivos desde a Antiguidade, constituía uma experiência eficaz na promoção daquilo que denominamos “terror”. Exemplos de aplicação deste lugar comum são abundantes: as cenas de batalhas nos poemas homéricos, a figuração do Tártaro na epopeia de Virgílio, a configuração dos nove círculos que configuram o inferno dantesco etc. O terror, portanto, pode ser apreendido como um constructoretórico capaz de instruir e deleitar os leitores, partindo-se na máxima segundo a qual a experiência trágica, quando apartada do perigo e dos horrores que a caracterizam, torna-se atrativa e agradável. Em sua versão moderna, no regime literário, o terror mantém a função de promoção do deleite e assume papel central no refinamento do gosto estético. Articulado ao debate que deu origem à estética romântica, operando no registro em que a autoria e os efeitos sensíveis produzidos pelo texto são entendidos como questões psicológicas, o terror literário se populariza na poesia e na prosa. Dos vilões dos castelos góticos, típicos dos romances do século XVIII, aos impiedosos assassinos urbanos, comuns nos textos ficcionais do século XIX, o terror se afirma como um recurso capaz de aguçar as mais variadas sensações em uma gama ampla de leitores. Torna-se recurso privilegiado para a exploração de enredos insólitos e de dramas psicológicos, ajudando a tornar a literatura produto atraente para um emergente mercado de entretenimento. 

 

Organizadores:

Prof. Dr. Cleber Vinicius do Amaral Felipe (INHIS-UFU)

Prof. Dr. Lainister de Oliveira Esteves (INHIS-UFU)