Teorias feministas e a Didática da História no contexto dos 60 anos do golpe civil-militar de 1964

intersecções e diálogos interdisciplinares

Autores

DOI:

https://doi.org/10.61895/pl.v18i34.21202

Palavras-chave:

Didática da História, Ditadura e ensino de história, Teorias feministas

Resumo

No contexto de rememoração brasileiro por ocasião dos 60 anos do golpe civil-militar de 1964, o campo das humanidades mostra-se atingido por fenômenos diversos e convergentes, entre os quais consideramos dois: a Didática da História como ponto de inflexão\reflexão sobre os termos básicos do ensino-aprendizagem tal como vêm sendo praticados ao menos nos últimos 30 anos; e a necessidade de um balanço das novas abordagens historiográficas e metodologias de ensino sobre o golpe e a ditadura diante do emergência e reprodução dos negacionismos, revisionismos e falseamentos históricos que recaem sobre a temática no espaço público. Postulamos que o gênero atravessa ambas as transformações e, a partir das teorias feministas (entre outras possibilidades), pode conduzi-las na direção da ampliação da consciência histórica de jovens estudantes da educação básica e do ensino superior a respeito da ditadura e da memória histórica da violência e do autoritarismo no país. Para discutir as questões propostas, vamos fazer uso da seguinte fonte: o Relatório entregue por Inês Etienne Romeu à Ordem dos Advogados do Brasil (1980) incluindo sua declaração (1981), o chamado “Relatório Inês”, a respeito dos três meses em que esteve em poder dos militares, desde que fora detida, em 5 de maio de 1971, escrito em setembro daquele ano. 

Downloads

Não há dados estatísticos.

Métricas

Carregando Métricas ...

Biografia do Autor

Nashla Dahás, UENP

Doutora em História Social pela UFRJ. Pós-doutorado em História do Tempo Presente pela UDESC.

Referências

ALBERTI, Verena. Ditadura militar brasileira nas aulas de História. Tempo e Argumento,Florianópolis, v. 13, n. 33, e0102, maio/ago. 2021. DOI: https://doi.org/10.5965/2175180313332021e0102

BARCA, Isabel. O papel da Educação Histórica no desenvolvimento social. In: CAINELLI, Marlene; SCHMIDT, Maria Auxiliadora (Orgs.). Educação histórica: teoria e prática. Ijuí: Ed. Unijuí, 2011.

BLANCH, P; SANTISTEBAN, A. La enseñanza y el aprendizaje del tiempo histórico en la educación primaria. Cadernos CEDES, vol. 30, nº 82, Campinas: Ed. UNICAMP, 2010, p. 281-309. DOI: https://doi.org/10.1590/S0101-32622010000300002

BOUDOUX, Adriana Silva Teles; DAHÁS, Nashla. Ditadura, Gênero e Racismo no tempo presente: diário de um encontro docente. Fronteiras: Revista de História, v. 22 | n. 39 | p. 14-32 | Jan. / Jun. 2020. DOI: https://doi.org/10.30612/frh.v22i39.12567

CAINELLI, M.; SOLÉ M. G; e NODA, M. O estágio supervisionado nos cursos de licenciatura em história: um estudo sobre Brasil/Portugal. Educ. Pesqui., São Paulo, v. 48, 2022. DOI: https://doi.org/10.1590/s1678-4634202248244825port

CERRI, Luís Fernando. Didática da História: uma leitura teórica sobre a História na prática. Revista de História Regional 15(2): 264-278, Inverno, 2010. DOI: https://doi.org/10.5212/Rev.Hist.Reg.v.15i2.264278

CERRI, Luís Fernando. Territórios disputados: produção de conhecimento no ensino de história em tempos de crise / Luís Fernando Cerri, Osvaldo Mariotto Cerezer e Renilson Rosa Ribeiro (orgs.). – Cáceres: UNEMAT Editora, 2021.

DAHÁS, Nashla; GOMES, Paulo César. O que pensam historiadoras e historiadores brasileiros acerca dos negacionismos no Brasil e como atuam no ensino de história diante desse problema? In: JÚNIOR, Ary Albuquerque; BORGES, Ítalo Nelli. Ditadura militar e ensino de história: [livro eletrônico] práticas, fontes, experiências e reflexões. Santa Maria-RS: Arco Editores, 2023.

FERREIRA, Maria Cristina. Sexismo hostil e benevolente: inter-relações e diferenças de gênero.Temas em Psicologia da SBP, Ribeirão Preto, v. 12, n. 2, p. 119-126, 2004.

HARAWAY, Donna. Saberes localizados: a questão da ciência para o feminismo e o privilégio da perspectiva parcial. Cadernos Pagu (5) 1995: p. 07-41.

hooks, bell. Ensinando a transgredir. A educação como prática da liberdade. 2. ed. São Paulo: Editora WMF Martins Fontes, 2017.

hooks, bell. O feminismo é para todo mundo [recurso eletrônico]: políticas arrebatadoras / bell hooks; tradução Ana Luiza Libânio. – 1. ed. - Rio de Janeiro: Rosa dos Tempos, 2018.

MENESES, C.; FIALHO, L.; MACHADO, C. Relações de gênero na sala de aula: memórias de jovens e adultos. Revista Retratos da Escola, Brasília, v. 16, n. 36, p. 1091-1108, set./dez. 2022. DOI: https://doi.org/10.22420/rde.v16i36.1511

NAPOLITANO, Marcos. Negacionismo e revisionismo histórico no século XXI. Novos combates pela História: desafios, ensino. Tradução. São Paulo: Contexto, 2021.

NUNES, Rodrigo. Do transe à vertigem: Ensaios sobre bolsonarismo e um mundo em transição. Ubu Editora, 2022.

OLIVEIRA, Bruno Gomes (org.). Carvalho, Lucila Lang Patriani de [et al.]. Se eu morrer [livro eletrônico]: Inês Etienne e a denúncia da violência de Estado e de gênero. São Paulo: Editora Monstra, 2021.

RELATÓRIO da Ordem dos Advogados do Brasil (1980); Declaração de Inês Etienne no Relatório da OAB (1981). Memorial da Resistência. Disponível em: https://memorialdaresistenciasp.org.br/wp-content/uploads/2021/10/seeumorrer_red.pdf. Acesso em: 20 abr. 2024.

RIOS, Flavia; LIMA, Márcia. Por um feminismo afro latino americano: ensaios, intervenções e diálogos. Rio de Janeiro: Zahar, 2020.

RÜSEN, J. Aprendizagem histórica: fundamentos e paradigmas. Curitiba: W.A. Editores, 2011.

SCHMIDT, Maria Auxiliadora Moreira. Cultura histórica e aprendizagem histórica. Revista NUPEM, Campo Mourão, v. 6, n. 10, jan./jun. 2014. DOI: https://doi.org/10.33871/nupem.v6i10.217

SCHMIDT, M. A. Aprendizagem da “burdening history”: desafios para a educação histórica. Caicó, v. 16, n. 36, p. 10-26, jan./jul. 2015.

SCOTT, Joan. “Gênero: uma categoria útil de análise histórica”. Educação e Realidade. 20(2): 78-99; 1995.

SILVA, Cristiani Bereta da; ROSSATO, Luciana. A didática da história e o desafio de ensinar e aprender na formação docente inicial. Revista História Hoje, v. 2, nº 3, p. 65-85 - 2013. DOI: https://doi.org/10.20949/rhhj.v2i3.65

VELASCO, Clara et al. Brasil bate recorde de feminicídios em 2022, com uma mulher morta

a cada 6 horas. G1, 8 mar. 2023. Disponível em: https://g1.globo.com/monitor-da-violencia/

noticia/2023/03/08/brasil-bate-recorde-de-feminicidios-em-2022-com-uma-mulher-morta-a-cada-6-horas.ghtml. Acesso em: 15 abr. 2023.

Downloads

Publicado

2024-07-22

Como Citar

DAHÁS, Nashla. Teorias feministas e a Didática da História no contexto dos 60 anos do golpe civil-militar de 1964: intersecções e diálogos interdisciplinares. Ponta de Lança: Revista Eletrônica de História, Memória & Cultura, São Cristóvão, v. 18, n. 34, p. 139–155, 2024. DOI: 10.61895/pl.v18i34.21202. Disponível em: https://ufs.emnuvens.com.br/pontadelanca/article/view/21202. Acesso em: 23 dez. 2024.