Moderação e paideia na cidade ideal: Platão contraria a poesia na república?
Mots-clés :
Poesia, Moderação, EducaçãoRésumé
Este trabalho tem como objetivo analisar a natureza da poesia, via literária, sob o viés da proposta platônica na República. Na Paideia grega, o elemento da moderação aparece como fundamental nas ações a serem desenvolvidas pelo homem tanto no meio social quanto no restrito. Este elemento é objeto presente na República platônica, em que temos a oportunidade de verificar a importância de uma educação que visasse à moderação para a formação de uma cidade ideal, edificada pelo homem virtuoso. Mais especificamente, iremos tratar neste trabalho, como Sócrates sugere que deve conduzir-se a educação dos guardiões na República, e quais elementos seguir ou rejeitar nessa formação - destacando aqui o ideal da moderação e a proposta de “expulsar” a poesia mimética da cidade, conforme descrito no livro III e X. É nosso interesse analisar a educação proposta aos guardiões da cidade ideal como um apelo platônico à moderação. Neste trabalho, pretendemos responder a pergunta: Por que Platão despreza a poesia? O que ela tem a ver com a moderação e com a educação dos guardiões? A partir disso, pretendemos justificar o porquê de Platão adotar seu posicionamento frente ao processo educativo dos guardiões da cidade. Propomos uma leitura a partir do conceito de moderação, o que nos leva a concordar com o autor que, de fato, no contexto antigo, parece realmente necessário banir a poesia, devido ao fato dela incitar veementemente as partes mais baixas da alma, “alimentando” elementos da alma que deveriam ser controlados visando a Virtude. Ademais, é nosso interesse demonstrar que Platão não contraria a literatura sob véu poético mas apenas seleciona o modo e indica o caminho pedagógico para que, através da moderação, possa-se chegar à excelência.Références
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