Heidegger e sua apropriação filosófica de Hölderlin*
Résumé
Inicialmente uma lista de autores e obras modelares, o cânone hoje funciona como meio de assegurar a identidade de uma nação, de um povo, de um grupo, qualquer que seja ele. Assim, pode-se afirmar que há um caráter político em todo cânone, o qual revela uma intenção de controle, seja do que é lido, seja de como deve ser lido (Kermode, 1998), e, uma vez que essas determinações não são fixas nem imutáveis, a historicidade permeia todo ato interpretativo. O presente artigo, ao se colocar nas sendas da intrincada discussão sobre o cânone literário, não tem por intuito chegar a um termo justamente por entender que, no processo de construção do cânone, autores e obras irão compor ou deixar de compor as listas em função da legitimidade atribuída por alguém ou por uma instituição dotado(a) de autoridade em um processo por demais dinâmico.
* Este artigo é uma adaptação do capítulo III de minha dissertação de mestrado, intitulada Friedrich Hölderlin: a sobredeterminaçãopolítica do estético na construção do cânone enquanto gesto tributário da recepção, defendida em 2008.
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