<b>Aspectos existencialistas em Luís da Silva: a degradação do <em>eu</em> na obra <em>Angústia</em>, de Graciliano Ramos</b>
Résumé
RESUMO
O presente artigo propõe uma análise acerca da personagem Luis da Silva, da obra Angústia, de Graciliano Ra- mos. Escrita em 1936, Angústia aborda o campo da condição existencial, a reflexão acerca do estar no mundo e traduz, de forma densa e elaborada, a liberdade de escolha como força motriz da angústia. Nossa análise visa estabelecer relações entre a referida obra e o pensamento existencialista. A angústia, de acordo com este úl- timo, provém da liberdade de escolha, aludindo aos filósofos Jean-Paul Sartre e Soren Kierkegaard. Este artigo pretende analisar o livro de Graciliano tomando como instrumental teórico alguns conceitos do existencialismo. Este romance, marcado pela subjetividade e introspecção, traz à tona um viés intrigante para a época, a fruição do narrador-personagem que sofre, questiona e propõe uma narrativa voltada para si, contrapondo à tendência de escrita própria daquele seu período.
PALAVRAS-CHAVE: Angústia. Luis da Silva. Existencialismo.
ABSTRACT
The present article proposes an analysis about the character Luis da Silva, of the book Angústia, by Graciliano Ramos. Written in 1936, Angústia brings the field of the existential condition, the reflection about being in the world and translates, in a dense and elaborate way, freedom of choice as the driving force of anguish. Luis da Silva, whose destiny has reserved a life that is obscure and beyond his expectations, deprived of everything and about to change its outcome, is the core of this analysis that seeks to establish relations between this work and existentialism. Anguish, according to existentialism, comes from this freedom of choice, therefore, based on what is advocated by the philosophers Jean-Paul Sartre and Soren Kierkegaard, this article aims to analyze the aspects of this philosophical current present in the main character of Angústia. This novel, composed by subjecti- vity and introspection, brings to the surface an intriguing bias for the time, the fruition of the narrator-character who suffers, questions and proposes a narrative aimed at itself, opposing the tendency of writing itself from the period in which it was published.
KEYWORDS: Angústia. Luis da Silva. Existentialism.
* Recebido em 04/06/2017
* Aprovado em 26/10/2017
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