<b>Nostalgia pelo Infinito: a Alternativa Romântica ao Idealismo Alemão</b>
Résumé
RESUMO
Filosofia e literatura, embora hoje possam ser apresentadas como dois saberes distintos, sempre estiveram em uma relação de intimidade ou implicação. Assim, poucos momentos históricos demonstraram com tanta clareza esse território compartilhado quanto a produção intelectual do idealismo e romantismo alemães do final do sec. XVIII e início do XIX. Tais movimentos filosóficos e literários se definiram, desse modo, como produções que possuíam vários temas em comum. Segue-se daí que uma das mais importantes questões seria o indivíduo e sua relação com o incondicionado, Absoluto ou infinito. De fato, operando como um ponto central, tanto os filósofos idealistas quanto os poetas e escritores românticos se concentraram no modo de acesso ou entendimento do sujeito finito em relação à infinitude metafísica. O presente artigo busca determinar como essa relação se pro- jeta tanto no romantismo (principalmente no que diz respeito a Schlegel, Novalis -escritores da Atheneaum - e Hölderlin) quanto na filosofia idealista de Fichte, Schelling e Hegel. Nosso objetivo é, não só demonstrar como esse tema era comum a todos eles, mas as próprias nuances de pensamento que os separam, de modo a tam- bém entender como o pensamento de tais autores se mostrava como divergente.
PALAVRAS-CHAVE: Idealismo alemão. Romantismo alemão. Infinito. Absoluto. Singularidade.
ABSTRACT
Despite the fact that today Philosophy and Literature are understood as two different fields, it is possible to say that they have always been related to which other – they have always been implicated or entangled. Thus, few historical moments have demonstrated as clearly this shared territory as the intellectual production of German idealism and Romanticism of the end of eighteenth and early nineteenth centuries. These philoso- phical and literary movements presented themselves as formulations that had several subjects in common. Therefore, one of the most important questions shared by German Romanticism and Idealism would be the individual self and its relation to the Unconditioned, Absolute or Infinite. In fact, as a main concern, both ide- alistic philosophers and romantic poets and writers focused on the approach or understanding of the finite subject in relation to metaphysical infinity. The present article seeks to determine how this relationship is pro- jected both in Romanticism (especially regarding to Schlegel, Novalis - writers of Atheneaum - and Hölderlin) as well as in the idealistic philosophy of Fichte, Schelling and Hegel. Our goal is not only to demonstrate how this problem was common to all of them, but also the shades and differences that divide them, so as to also understand how their thought was divergent.
KEYWORDS: German Idealism. German Romanticism. Infinity. Absolute. Singularity.
* Recebido em 12/06/2017
* Aprovado em 17/10/2017
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