<strong>“Há um contar de si no escolher”, o quadro do poeta-antologista de <em>Museu de tudo</em></strong>

Auteurs

  • Fernando Pereira Impagliazzo Universidade Federal do Rio de Janeiro/UFRJ

Résumé

RESUMO
Em Museu de tudo, João Cabral de Melo Neto se lança a fazer um balanço definitivo de sua obra através do diálogo com diversos artistas, poetas e arquitetos. O presente estudo busca investigar de que maneiras o próprio Eu do poeta se fundiria e se constituiria através de compilação poética, pretensiosamente objetiva. Para tanto, lançamos mão de uma comparação com Mafuá do Malungo de Manuel Bandeira, também considerado um livro de “balanço definitivo” e homenagem a determinadas figuras. Utilizando-se o suporte teórico dos estudos sobre autobiografia de Phillippe Lejeune, os estudos de Antônio Carlos Secchin e a recepção crítica do poeta por Severino Francisco, bem como os estudos sobre Mafuá do Malungo de Giovanni Pontiero, propõe-se, através da imagem de museu, uma leitura de que as escolhas não são somente produtos da objetividade do poeta, mas, principalmente, uma imagem que o poeta tem de si mesmo ao se revelar no outro.
PALAVRAS-CHAVE: Poesia. Artes. Museu. João Cabral de Melo Neto. Subjetividade.

ABSTRACT
In Museu de tudo (1975), the poet João Cabral de Melo Neto creates a ‘definitive balance’ in his work through dialogue with various artists, poets and architects. This study examines the ways in which the poet’s own self is cast and is constituted through poetic and pretentiously objective compilation. A comparison is made between this work and Manuel Bandira’s Mafuá do Malungo, which is also considered to be a book of “definitive balance” and homage to certain figures. The reading proposed here of Museu de tudo is based upon the theoretical underpinnings of the studies on autobiography by Phillippe Lejeune, the studies of Antônio Carlos Secchin, the critical reception of the poet by Severino Francisco, and the studies on the Mafuá do Malungo by Giovanni Pontiero. This reading, based upon the image of the museum, proposes that the choices of the author are not only the products of the poet’s objectivity but also are mainly an image that the poet has of himself when he reveals himself in “the other”.
KEYWORDS: Poetry. Arts. Museum. João Cabral de Melo Neto. Subjectivity.

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Publiée

2017-03-15

Comment citer

IMPAGLIAZZO, Fernando Pereira. <strong>“Há um contar de si no escolher”, o quadro do poeta-antologista de <em>Museu de tudo</em></strong>. A Palo Seco – Escritos de Filosofia e Literatura, São Cristóvão-SE: GeFeLit, n. 8, 2017. Disponível em: https://ufs.emnuvens.com.br/apaloseco/article/view/6324. Acesso em: 18 déc. 2024.

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