O trágico e o cômico em Dona Flor e seus dois maridos
Resumen
Este texto apresenta uma proposta de leitura do romance Dona Flor e seus dois maridos, de Jorge Amado, pautada por alguns dos seus elementos, como o triângulo amoroso, que apontam para o enre- do da tragédia e outros, como a construção da personagem cômica a partir de um traço obsessivo, que são componentes da comédia. A distinção entre esses gêneros costuma ser discutida a partir de alguns critérios dos quais se destacam três: primeiro, a maior ou menor “elevação”, segundo a posição social ou grau de excelência ética, das personagens e de seus objetivos; segundo, o tipo de desenlace (final feliz ou infeliz) da trama; terceiro, a natureza das reações que o autor provoca no seu público (Cf. MENDES, 2008, p. 83-84; ARÊAS, 1999, p. 12-22). Tais critérios serão retomados no decorrer do trabalho não tanto para re/ratificar a oposição entre o que é próprio da tragédia e da comédia, mas principalmente como uma espécie de artifício didático para articular ideias em torno dos aspectos que se quer ressaltar da leitura do romance, sem perder de vista que “trágico e cômico são apenas duas janelas diferentes que dão para a mesma paisagem atormentada” (TCHEKHOV apud MENDES, 2008, p. 207).
Citas
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AMADO, Jorge. Terras do Sem Fim; ilustrações de Di Cavalcanti, 83ª. ed. Rio de Janeiro: Record, 2000c.
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