O niilismo em Friedrich Nietzsche e Markus Gabriel
esclarecimentos para analisar “A História Sem Fim” de Michael Ende
Palabras clave:
Niilismo. Nietzsche. Gabriel. Moralidade. A história sem fim.Resumen
Este artigo foi redigido com o objetivo de investigar o niilismo na filosofia e na literatura a partir da afirmação de Markus Gabriel (1980-) em “Por que o mundo não existe” (2013), segundo a qual: “Se eu partir do pressuposto segundo o qual eu sou apenas um monte de cordas vibrantes, que nutre a ilusão de ser um ser humano [...] o nada da História sem fim já me alcançou”. Primeiro, porém, antes de se aprofundar nesse pensamento do Gabriel que estabelece uma ponte entre a filosofia e um clássico da literatura alemã, “A história sem fim” (1979), do Michael Ende (1929-1995) esta investigação sobre o niilismo se volta à filosofia de Friedrich Nietzsche (1844-1900), por ele ser considerado o primeiro niilista. Com Nietzsche o niilismo se relaciona ao ceticismo, ao ideal ascético, à vontade de poder, ao eterno retorno, ao horror vacui e, por fim, ao além-do-homem. Posteriormente, na filosofia do Gabriel, se identifica que o niilismo está fundamentalmente ligado à primeira proposição principal da ontologia positiva, ao niilismo moderno e, por último, ao realismo moral. Por fim, tendo em vista essa prévia investigação conceitual de temáticas relevantes e complementares para realizar-se uma análise de “A história sem fim”, se verifica a repleta presença da temática filosófica niilista nessa obra da literatura.
Citas
CHEVITARESE, Leandro. Sobre o problema da cognoscibilidade da coisa em si: a crítica de Schopenhauer a Kant. Aurora: Curitiba, v. 30, n. 49, p. 146-158, jan./abr. 2018.
ENDE, Michael. A história sem fim. Trad. Maria do Carmo Cary. 12ª ed. São Paulo: Martins Fontes, 2022.
FERRAZ, Maria Cristina Franco. “Das três metamorfoses”: ensaio de ruminação. O que nos faz pensar: Rio de Janeiro, n. 14, p. 43-53, ago. 2000.
GABRIEL, Markus. Ética para tempos sombrios. Petrópolis: Vozes, 2022.
GABRIEL, Markus. O sentido da existência. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2016 a.
GABRIEL, Markus. Por que o mundo não existe. Petrópolis: Vozes, 2016 b.
GABRIEL, Markus. Realismo neutral. Estudios Filosóficos: Logroño, v. 68, n. 199, p. 435-157, 2019.
HEIDEGGER, Martin. Nietzsche II. Trad. Marco Antônio Casanova. Rio de Janeiro: Forense Universitária, 2007.
ITAPARICA, André Luís Mota. Nietzsche e Paul Rée: o projeto de naturalização da moral em Humano, demasiado humano. Dissertatio: Pelotas, v. 38, p. 57-77, dez./mar. 2013.
KANT, Immanuel. Crítica da razão prática. Trad. Monique Hulshof. Petrópolis: Vozes, 2016.
KANT, Immanuel. Fundamentação da metafísica dos costumes. Trad. Paulo Quintela. Lisboa: Edições 70, 2019.
MACHADO, Lucas Nascimento. (Un)Bestimmtheit e (Da)Sein, ou: é real a indeterminação? Algumas observações sobre o novo realismo de Gabriel. Outramargem: Belo Horizonte, n. 9, p. 81-96, jan./jun. 2019.
NASCENTES, Antenor. Dicionário etimológico da língua portuguesa. Rio de janeiro: Livraria Acadêmica et al. 1955.
NIETZSCHE, Friedrich. Assim falou Zaratustra: um livro para todos e para ninguém. São Paulo: Companhia das Letras, 2011.
NIETZSCHE, Friedrich. Genealogia da moral: uma polêmica. Trad. Paulo César de Souza. São Paulo: Companhia de Bolso, 1987.
NIETZSCHE, Friedrich. Humano, demasiado humano: um livro para espíritos livres. Trad. Paulo César de Souza. São Paulo: Companhia de Bolso, 2000.
NIETZSCHE, Friedrich. Vontade de poder. Trad. Marcos Sinésio Pereira Fernandes, Francisco José Dias de Moraes. Rio de Janeiro: Contraponto, 2008.
RAMÍREZ, Mario Teodoro. Existencia y libertad. De la crítica al neurocentrismo a la conciencia encarnada: Makus Gabriel y Merleau-Ponty. Metis: Buenos Aires, n. 1, p. 29-45, 2021.
RÉE, Paul. A origem dos sentimentos morais. Trad. André Itaparica e Clademir Araldi. São Paulo: Editora Unifesp, 2018.
RUBIRA, Luís. Uma introdução à transvaloração de todos os valores na obra de Nietzsche. Tempo da Ciência: Toledo, v. 12, n. 24, p. 113-122, jul./dez. 2005.
SCHÖNECKER, Dieter e WOOD, Allen W. A “Fundamentação da metafísica dos costumes” de Kant: um comentário introdutório. Trad. Robinson dos Santos e Gerson Neumann. São Paulo: Edições Loyola, 2014.
SOUSA, Raylane Marques. Nietzsche, pensador crítico da ciência e da história na modernidade. Temporalidades: Belo Horizonte, v. 7, n. 2, p. 380-393, mai./ago. 2015.
ULGUIM, Daltro Lucena. Nietzsche e a transvaloração dos valores decadentes: do além-do-homem ao “tipo nobre”. Dissertação. Universidade Federal de Pelotas. Pelotas, 127 p. 2012.
VIEIRA, Maria de Fátima Batista. Da história enquanto objeto de investigação à filosofia histórica experimental em Friedrich Nietzsche: conexões entre II consideração extemporânea e Humano, demasiado humano. Dissertação. Universidade Federal de Goiás.
Publicado
Cómo citar
Número
Sección
Licencia
Derechos de autor 2024 A Palo Seco – Escritos de Filosofia e Literatura
Esta obra está bajo una licencia internacional Creative Commons Atribución-CompartirIgual 4.0.
O/A autor/a deverá concordar com os termos da Declaração de Direitos Autorais, no qual cede à revista A Palo Seco – Escritos de Filosofia e Literatura como detentora dos direitos autorais da publicação.
1. As opiniões expressas nos textos submetidos à revista A Palo Seco – Escritos de Filosofia e Literatura são de responsabilidade do/a autor/a.
2. Autores/as conservam os direitos de autor/a e concedem à revista o direito de primeira publicação, com o trabalho simultaneamente licenciado sob a Licença Creative Commons Attribution que permite a partilha do trabalho com reconhecimento da autoria e publicação inicial nesta revista.
3. O/A autor/a comprometem-se a seguir as “Normas para submissão de manuscritos”, na plataforma SEER.
4. Compete aos/às autores/as aceitar as sugestões de alterações na submissão, quando encaminhadas por sugestão dos/as avaliadores/as, Revisores/as Científicos e/ou da Comissão Executiva. Sempre que houver alterações de que os/as autores/as discordem, devem ser apresentadas as respectivas justificações, se for o caso.
5. A reprodução de material sujeito a direitos de autor/a foi antecipadamente autorizada.
6. Os textos são originais, não publicados nem submetidos a outras revistas.
Licença Creative Commons CC BY-SA (Atribuição - Compartilha Igual) 4.0 Internacional.