Simulacro, desejo e ética: aproximações entre Slavoj Zizek e A invenção de Morel, de Adolfo Bioy Casares
Palabras clave:
Adolfo Bioy Casares, Slavoj Zizek, Desejo do Outro, IdentificaçãoResumen
Este artigo tem como objetivo expor criticamente algumas reflexões e possíveis articulações entre a obra A Invenção de Morel, publicada originalmente em 1940 e escrita pelo argentino Adolfo Bioy Casares, e o trato de conceitos psicanalíticos como ética, desejo do Outro e identificação simbólica e imaginária, pelo filósofo Slavoj Zizek. A concepção de Morel e do narrador das projeções imagéticas como uma vida ideal, remete em Zizek (1992) à constituição psíquica do sujeito em sua falha na comunicação com o Outro. A determinação do narrador, por sua vez, em juntar-se à sua amada no mundo dos simulacros, mesmo ao custo da própria vida, encaminha para uma consideração de proximidade à ética do desejo como pensada por Lacan (2008), em sua leitura da Antígona. O estudo das duas obras principais, o livro escrito por Casares e o capítulo V de Eles não sabem o que fazem, de Zizek (1992), foi acompanhado de outros teóricos da psicanálise e da literatura, resultando em uma articulação teórica que representa e agrega ao entendimento dos conceitos propostos, ao mesmo tempo em que abre espaço para leituras novas do texto literário, para além do trabalho de crítica.
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