A Albertine de Proust como tradução da pura hecceidade deleuze-guattariana
Abstract
Naturalmente não é de se ignorar o peso que as artes, e principalmente a literatura, tem na filosofia de Gilles Deleuze. Uma das obras literárias que mais instigaram esse filósofo foi a obra-prima de Marcel Proust, Em busca do tempo perdido (À la recherche du temps perdu). A leitura filosófica do romance proustiano rendeu para a filosofia uma grande obra, Proust e os signos (Proust et les signes, 1964, 1970, 1976). Afora as virtudes filosóficas da leitura que Deleuze faz da obra de Proust, é latente em Proust e os signos a força da arte, e mais, a força da arte literária como um original elemento – ou um intercessor, como dirá Deleuze –, articulador de um novo pensamento, aquele vislumbrado pelo filósofo francês no pensamento nietzschiano (Nietzsche et la philosophie, 1962). Entretanto, além de avançar nas trilhas da crítica ao pensamento, Proust e os signos enceta uma significativa conexão que será permanentemente mantida pelo pensamento deleuziano, ou seja, o diálogo entre a filosofia e as artes.
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