A RELAÇÃO DE PODER E A ORDEM DO DISCURSO NO ROMANCE BALADA DE AMOR AO VENTO DE PAULINA CHIZIANE
DOI:
https://doi.org/10.21665/2318-3888.v2n4p66-80Resumen
O presente artigo tem como objetivo analisar e refletir a relação do poder e a ordem do discurso no romance Balada de Amor ao vento de Paulina Chiziane e sua relação com as teorias contemporâneas francesas de Michael Foucault, indagando sobre a relação entre o poder e as formas de legitimar o controle do discurso entre a realidade retratada do Moçambique Pós-colonial. Assim como o encontro entre o poder e a variante de gênero, raça/etnia e corpo. A relação entre o feminino e sua sujeição ao discurso ligado à tradição religiosa e cultural que permeia a nação. Discute-se sobre a participação da mulher na sociedade africana e a poligamia como forma vigente de tradição das tribos do sul de Moçambique e o encontro entre a dicotomia tradição/sujeição, poder/gênero em contextos patriarcais e de manutenção do machismo como discurso vigente da contemporaneidade. Analisa as formas de tradição das sociedades de discurso como eixo articulador de disciplinarização do corpo e do comportamento social ligada à representação de homem e mulher e de masculino e feminino. O trabalho é dividido em três tópicos que nortearão a compreensão do leitor, começando com uma breve biografia da autora, seguindo da articulação da sua obra com a teoria foucaultiana e a obra “A ordem do discurso” para assim continuar com a relação e interligação teórica dos dois autores. Finalizando-se, portanto, com a reflexão do contexto africano e os discursos vigentes de repressão e de controle no feminino, a análise entre a legitimação do poder e sua evidência na obra a ser comparada. Para sua elaboração, se fez necessária a pesquisa bibliográfica de autores como CHIZIANE (2003), FOUCAULT (1996), MACEDO (2007) MATA (2000) SANTANA (2005), que questionam a relação de poder em contextos africanos e a reflexão de fenômenos que instigam o poder e o controle sobre a mulher.
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