CUIDADOS CORPORAIS AOS RECÉM-NASCIDOS DE MÃES ANGOLANAS
SAÚDE, INTERCULTURALIDADE E MIGRAÇÃO INTERNA
DOI:
https://doi.org/10.21665/2318-3888.v10n19p137-178Resumen
O período neonatal é crítico na vida de uma criança, devido à sua maior vulnerabilidade e ao maior risco de morte, sendo os cuidados realizados ao recém-nascido revestidos da maior importância e com reflexos na sua saúde futura. A cultura, os mitos e as crenças revelam-se num conjunto de saberes tradicionais que muitas vezes prevalecem sobre os conhecimentos científicos, dando origem a práticas de cuidados com o corpo não recomendadas pela OMS e com consequências negativas para a saúde, como exemplo o cuidado com o coto umbilical do recém-nascido, que muitas vezes resulta em onfalite. Analisou-se saberes e práticas de mães angolanas relativamente aos cuidados corporais com o recém-nascido, em particular com o coto umbilical, através de um estudo descritivo, exploratório, comparativo e transversal, com metodologia de cariz qualitativa, cuja amostra é não probabilística por conveniência. Verificou-se que os saberes e as práticas de mães angolanas quanto aos cuidados corporais com o recém-nascido, principalmente com o coto umbilical, derivam da componente empírica, transmitida maioritariamente pela família através das gerações, sobretudo pelas avós do recém-nascido, e da componente científica, através dos profissionais de saúde. Observou-se que as mães com experiência migratória revelam alguns comportamentos distintos das mães naturais de Luanda, nomeadamente ao mencionarem com mais frequência o álcool como conhecimento prévio, sendo no entanto as mães naturais de Luanda as que mais o utilizam de forma isolada como prática nos cuidados ao coto umbilical.
Cuidados corporais aos recém-nascidos; Coto umbilical; Corpo, saúde e cultura; Mães angolanas; Interculturalidade e saúde; Migração Interna.
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