Assistência estudantil na educação superior: A trajetória do programa nacional de assistência estudantil na Universidade Federal de Ouro Preto

Autores

  • Jacqueline Kelly Almeida Cunha Universidade Federal de Ouro Preto (UFOP), Ouro Preto, Minas Gerais, Brasil
  • Breynner Ricardo de Oliveira Universidade Federal de Ouro Preto (UFOP), Ouro Preto, MG, Brasil
  • Natália Rigueira Fernandes Universidade Federal de Ouro Preto (UFOP), Ouro Preto, MG, Brasil

DOI:

https://doi.org/10.20952/revtee.v16i35.18808

Palavras-chave:

Assistência Estudantil, Desigualdades educacionais, Educação Superior, Implementação de políticas educacionais, Programa Nacional de Assistência Estudantil

Resumo

O artigo analisa a trajetória do Programa Nacional de Assistência Estudantil (PNAES) na Universidade Federal de Ouro Preto (UFOP), a partir da percepção dos implementadores de alto escalão da instituição. Da mesma forma, pretende analisar os relatórios de avaliação da execução do programa na instituição, no período de 2017 a 2019. O PNAES foi instituído pelo Decreto nº 7.234/2010 com a finalidade de ampliar as condições de permanência dos jovens na educação superior federal, atendendo, prioritariamente, estudantes oriundos de escolas públicas de educação básica ou com renda familiar per capita de até um salário mínimo e meio. Na UFOP, o programa é executado pela Pró-Reitoria de Assuntos Comunitários e Estudantis, que define os critérios e a metodologia de seleção dos alunos de graduação beneficiados. A pesquisa é quanti-qualitativa, descritiva e se estrutura em três fases: (1) levantamento dos marcos legais/institucionais do programa a nível nacional e local; (2) análise dos dados disponíveis na UFOP sobre a avaliação da execução do PNAES na instituição, no período de 2017 a 2019; (3) e entrevistas com os burocratas de alto escalão, responsáveis por ações de implementação do PNAES na PRACE. Os dados analisados revelam que, entre 2017 e 2019, em média 11.141 alunos estavam matriculados no ensino presencial na instituição. Destes, 60,7% são egressos de escola pública e 25,2% receberam auxílio financeiro via PNAES. Sobre o desempenho acadêmico, os dados informam que os bolsistas têm melhor coeficiente médio que os demais alunos, além de menor evasão. Os dados indicam que o programa na universidade contempla estudantes oriundos de escolas públicas em situação de vulnerabilidade socioeconômica, contribuindo para a redução de desigualdades sociais por meio da inserção e da permanência dos alunos e, consequentemente, da conclusão do ensino superior.

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Biografia do Autor

Jacqueline Kelly Almeida Cunha, Universidade Federal de Ouro Preto (UFOP), Ouro Preto, Minas Gerais, Brasil

Mestranda em Educação pelo Programa de Pós-Graduação em Educação.

Breynner Ricardo de Oliveira, Universidade Federal de Ouro Preto (UFOP), Ouro Preto, MG, Brasil

Professor do Programa de Pós-Graduação em Educação. Doutorado em Educação (UFMG).

Natália Rigueira Fernandes, Universidade Federal de Ouro Preto (UFOP), Ouro Preto, MG, Brasil

Doutoranda em Educação pelo Programa de Pós-Graduação em Educação.

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https://doi.org/10.1590/S1413-24782006000200003

Publicado

2023-04-04

Como Citar

Cunha, J. K. A., Oliveira, B. R. de, & Fernandes, N. R. (2023). Assistência estudantil na educação superior: A trajetória do programa nacional de assistência estudantil na Universidade Federal de Ouro Preto. Revista Tempos E Espaços Em Educação, 16(35), e18808. https://doi.org/10.20952/revtee.v16i35.18808