“E eu me comprometo a dar bons mestres à província”: Abílio César Borges e a reabilitação do professorado baiano
DOI:
https://doi.org/10.20952/revtee.v15i34.17451Palavras-chave:
Bahia, Docentes, História da educação, Reforma da instrução pública, RelatórioResumo
O presente artigo analisou aspectos do ideário de educação presentes na composição discursiva de Abílio César Borges, por meio da sua proposta de reforma educacional, enquanto Diretor Geral dos Estudos, com especial atenção para as suas proposições a respeito do trabalho docente. Por via do método histórico, a pesquisa documental debruçou-se no Relatório sobre a Instrução Pública da Província da Bahia, em 1856. A operação metodológica se deu a partir da categoria de análise do discurso, com base em Foucault (2013; 2021); com o conceito de intelectual, de Sirinelli (2003); em diálogo com Saviani (2000), Gondra e Sampaio (2010) e Alonso (2015) para problematizar a trajetória de Abílio no campo histórico-educacional. O Relatório, fonte e objeto de análise, permitiu captar dados concernentes à educação pública provincial, bem como uma gama de representações dos debates da época à luz de padrões e perspectivas que compunham um ideal de educação e civilidade.
Downloads
Referências
Almanak Administrativo, Mercantil e Industrial da Bahia, Salvador, 1835, p. 235.
Almeida, C.B. (2012). Entre a “tiramnya cruel” e a “pedra fundamental”: A obrigatoriedade do ensino primário como uma técnica de governo em Minas Gerais. 276 f. Dissertação de Mestrado - Faculdade de Educação. Universidade do Estado do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro.
Alonso, A. (2015). Flores, votos e balas: o movimento abolicionista brasileiro (1868-1888). São Paulo: Companhia das Letras.
Alves, C. (2017). Jean-François Sirinelli e o político como terreno da história cultural. In: LOPES, E. M. T; FARIA FILHO, L. M. (org.). Pensadores sociais e a história da educação II. Belo Horizonte: Autêntica Editora.
Anônimo. (n.d.). Literatura Infantil (1880-1910): Abílio César Borges (1824-1891). Disponível em: https://www.unicamp.br/iel/memoria/Ensaios/LiteraturaInfantil/abilio.htm
Borges, A. C. (1856). Relatório sobre a instrução pública da Província da Bahia (1856). In: Relatórios dos Trabalhos do Conselho Interino de Governo (BA), Salvador 3(3). Disponível em: http://memoria.bn.br/DocReader/130605/1893
Decreto nº 1331-A, de 17 de fevereiro de 1854 (1854). Disponível em: https://www2.camara.leg.br/legin/fed/decret/1824-1899/decreto-1331-a-17-fevereiro-1854-590146-publicacaooriginal-115292-pe.html
Castilho, A. F. 1º visconde (verbete). (2020). Dicionário Histórico de Portugal. Disponível em: http://www.arqnet.pt/dicionario/castilhoantoniof.html
Castilho, A. F. (1853). Método Castilho para o ensino rápido e aprasivel do ler impresso, manuscrito, e numeração e do escrever. 2.ed. Lisboa: Impr. Nacional. Biblioteca Digital Nacional de Portugal. Disponível em: http://purl.pt/185
Fraga, W., Filho (1994). Mendigos e vadios na Bahia do século XIX. 232 f. Dissertação. Programa de Pós-Graduação em História: Universidade Federal da Bahia. Salvador.
Faria, L. M., Filho (2000). Instrução elementar no século XIX. In: Lopes, E. M.; Faria, L. M., Filho; Veiga, C. G. (orgs.). 500 anos de Educação no Brasil. Belo Horizonte: Autêntica, p 136-150.
Fonseca, V. M. M. (2008). No gozo dos direitos civis: associativismo no Rio de Janeiro, 1903-1916. Rio de Janeiro/Niterói: Arquivo Nacional/Muiraquitã.
Foucault, M. (2021). A Ordem do Discurso. São Paulo: Loyola.
Foucault, M. (2013). A verdade e as formas jurídicas. Rio de Janeiro: NAU Editora.
Ginzburg, C. (2014). Sinais: raízes de um paradigma indiciário. In: Mitos, Emblemas, Sinais. São Paulo: Companhia das Letras.
Gondra, J. G. (2018). Revistas pedagógicas e governo dos professores no Brasil e nos Estados Unidos da América (1855-1881). In: Nery, A. C. B.; Gondra, J. G. (Org.). Imprensa pedagógica na ibero-américa: local, nacional e transnacional. São Paulo: Alameda. Disponível em: https://books.google.com.br/books?id=AxVwDwAAQBAJ&printsec=frontcover&hl=pt-BR&source=gbs_ge_summary_r&cad=0#v=onepage&q&f=false
Gondra, J. G.; & Sampaio, T. (2010). Ciência pela força? Dr. Abílio Cesar Borges e a propaganda contra o emprego da palmatória e outros meios aviltantes no ensino da mocidade (1856-1876). Revista Acta Scientarium Education, 32 (1), Maringá, 75-82. https://doi.org/10.4025/actascieduc.v32i1.9482
Novoa, A. (1991). Para o estudo sócio-histórico da gênese e desenvolvimento da profissão docente. Teoria e Educação, 4(4), 109-139.
Reis, J. G. F.; & Bonfim, R. F. (2019). “O maior pedagogo nacional”: política e educação na trajetória intelectual de Abílio César Borges. IV Encontro do Coletivo Paulo Freire: Universidade Estadual de Santa Cruz.
Saviani, D. (2000). Um barão brasileiro no congresso internacional de Buenos Aires: as ideias pedagógicas de Abílio César Borges, barão de Macahubas. Revista História da Educação, 4(7), 41-58.
Sirinelli, J-F. (2003). Os intelectuais. In: Rémond, R. (org.). Por uma história política. 2.ed. Rio de Janeiro: Editora Fundação Getúlio Vargas, p 232-253.
Valdez, D. (2006). A representação da infância nas propostas pedagógicas do Dr. Abílio César Borges: o barão de Macahubas (1856-1891). 316f. Doutorado em Educação: Universidade Estadual de Campinas, São Paulo.
Vieira, C. E.; Strang, B. L. S.; & Osinski, D. R. B. (2015). História Intelectual e Educação: trajetórias, impressos e eventos. Jundiaí: Paco Editorial.
Publicado
Como Citar
Edição
Seção
Licença
À Revista Tempos e Espaços em Educação ficam reservados os direitos autorais pertinentes a todos os artigos nela publicados. A Revista Tempos e Espaços em Educação utiliza a licença https://creativecommons.org/licenses/by/4.0/ (CC BY), que permite o compartilhamento do artigo com o reconhecimento da autoria.