Inimigos públicos ou Um rebelde que quer um lugar

Autores

  • Romero Venâncio Departamento de Filosofia/UFS

Resumo

O cinema talvez seja a imagem da violência do homem tomando consciência da sua própria violência. Como dizia um personagem de Wim Wenders: imagem em preto e branco. Porém, Michael Mann faz seus filmes em cor. E a cor é a beleza da luz. Só que a tez dramática do filme Inimigos públicos nos faz senti-lo como se fosse quase em preto e branco. Trata-se de um filme intenso e a sua cor é uma máscara, uma renúncia sem renunciar. Força o contraste, o jogo de oposições, o que quer dizer: faz em cor, mas usa o negro para embranquecê-la, para recriar o contraste. Ao menos, a força do pensamento cinematográfico de Mann nos leva a perceber que a matéria do filme tende para esta expressão, esta forma conflituada. Por quê? Porque ele infiltra a tensão do preto e branco no maravilhoso da cor, tornando o maravilhoso a face pura do fatal. Michael Mann é um cineasta que pode ser incluído na linha da “estética da violência”. Na sua película, a “estética da violência” não tem nada a ver com a estetização da própria violência, não é torná-la banal (como na mídia em geral).

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Publicado

13-12-2012

Como Citar

VENÂNCIO, Romero. Inimigos públicos ou Um rebelde que quer um lugar. A Palo Seco – Escritos de Filosofia e Literatura, São Cristóvão-SE: GeFeLit, n. 4, p. 67–70, 2012. Disponível em: https://ufs.emnuvens.com.br/apaloseco/article/view/n4p67. Acesso em: 18 dez. 2024.

Edição

Seção

Artigos