Chamada Dossiê teatro e filosofia (prorrogada até 31 de outubro de 2024)

A relação entre teatro e filosofia é tão antiga quanto o surgimento dos primeiros gêneros literários no mundo ocidental, seja a partir de formulações teóricas como fez Aristóteles na “Poética” ou do uso da filosofia como matéria para criticar e ridicularizar, a exemplo de Aristófanes em “As Nuvens”; ou ainda a partir da composição de peças teatrais divulgando suas ideias filosóficas como o fez Sêneca. Ao longo dos séculos, quando pensamos no campo da tradução, também não é insignificante a relação entre filosofia e literatura, pois filósofos e dramaturgos caminharam por essa interface de várias formas: veja-se por exemplo o caso do poeta Racine (1639-1699) que compôs uma reconhecida obra dramática, mas enquanto isso traduzia “O Banquete” de Platão, “Poética” de Aristóteles, “Vida de Diógenes cínico”. De igual maneira, muitos filósofos alimentaram esse diálogo ora por meio de recriações como “Ifigênia em Táuride” (1786) de Goethe, ou adaptações como “As troianas” (1965) de Sartre. Por isso, acolheremos artigos que problematizem a relação entre teatro e filosofia, quer seja pelo olhar de filósofos para composições, encenações, traduções e adaptações dramáticas; quer seja pelo olhar da produção de dramaturgos que compuseram obras incitadas por reflexões filosóficas traduzidas na matéria e performance teatral. Além de artigos, a seção de tradução abriga textos de filosofia ou literatura para publicação em formato espelhado, sendo a língua portuguesa o texto de partida ou de chegada. Por fim, continuamos recebendo contribuições para artigos fora do dossiê que se centrem na interface entre filosofia e literatura.

Prazo para a submissão:  31 de outubro de 2024, publicação em dezembro de 2024. Organizadores: Tereza Pereira do Carmo (UFBA), Michel Guimarães (UFPA), Luciene Lages (UFS) e Maria Macedo (UFS).